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Senti necessidade de me expressar de outra forma que não através da música e da fotografia, antigas paixões. E foi uma surpresa quando vi que a matéria-prima com que trabalho há tanto tempo, a linguagem, poderia me dar a tábua de salvação expressiva de que eu tanto precisava e que tem me ajudado muito nos meus melhores e piores momentos, a poesia.

Vou listar aqui algumas dessas minhas tentativas de escrever poemas, cronologicamente. Todos os textos são de minha autoria. Mas como até meu romantismo é extremo, você não encontrará aqui poemas românticos nem melosos. São mais humanistas e existenciais, e como tudo ligado à existência, podem, eventualmente, demonstrar algum peso e pessimismo. Não tenho pretensão outra a não ser expressar minhas dores, loucuras, alegrias, dúvidas, angústias, revoltas e outros sentimentos que moram em mim.

Claudia Pinelli Baraúna Rêgo Fernandes®

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"Se eu ler algo e ele fizer meu corpo inteiro gelar, de uma forma que não haja fogo que possa me aquecer, eu sei que se trata de Poesia."



Emily Dickinson

sexta-feira, 21 de dezembro de 2007

Adeus, gaiola...

Não me encare dessa maneira
me deixando constrangida
esqueça-me, desapareça
já lhe indiquei uma saída

Por mais que busque explicar
você parece não entender
que necessito de espaço
para em paz poder viver

Gosto de caminhar, de velejar
gosto de ser livre, de sumir
sem ter algemas, chaves
nem destino para seguir

Não me prenda, nem me castre
pois assim você me perderá
aos poucos, como um curió
que da gaiola se libertará.


Claudia Fernandes



19 de dezembro de 2007

quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

Cegueira abismal

Lá está ela
aqui está ele
conhecem-se pelo olhar
ficam sempre onde sempre estão
e como de raças distintas eles são
vale como lei o famoso clichê
que pessoas diferentes não podem se amalgamar.

Rico, pobre
branco, negro
É um abismo infinito
apartados por uma particularidade
terminam perdendo a oportunidade
de enxergar o belo em cada alma
e que somente o olhar do outro é que cria esse mito.



Claudia Fernandes




12 de dezembro de 2007

sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

A outra.

Lá no alto, a lua crescente me espreita
ainda insiste em esperar impaciente
pelo retorno dessa paixão desfeita
desse amor belo e transparente

Assim, com a estrela conversou
e lhe contou toda sua empreitada
como de me aguardar a lua cansou
decidiu então arranjar outra namorada.




Claudia Fernandes





7 de dezembro de 2007

domingo, 2 de dezembro de 2007

Meu universo particular

Minha visão já não parece a mesma
entro numa nova e insana dimensão
meus sentidos começam a se alterar
um universo paralelo entra em ação

Uma força estranha invade e domina
sinto uma leve sensação de liberdade
e a essência guardada no mais íntimo
é enviada intacta a essa tal realidade

Afinal de contas, não é um belo poder
uma reles e vil mortal(assim como eu)
conseguir, de vez em quando, abstrair
a realidade rasteira e atingir o apogeu?

Sinto-me tão bem e só o prazer existe
numa ocasião em que já não há dilema
raro é o que se sente ao amar um anjo
força que transita da suave à extrema

Estando além desse portal, tudo é vivo
bem mais vivo do que desse lado de cá
o belo é mais belo, o amor é mais amor
daquele jeitinho especial fácil de viciar

Eis sem pudores, minha pura confissão
aqui desvelo esse tão precioso segredo
sou viciada nessas sensações alteradas
e a dopamina que já domina meu medo

Quando me verto a esse novo universo
sinto poder em minhas mãos, sou forte
tenho asas prontas para voar, sou livre
voltar da viagem é que é a quase morte.



Claudia Fernandes




2 de dezembro de 2007.

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